O NARIZ

O nariz ocupa o centro da face humana, sendo parte integrante e fundamental da imagem do indivíduo. Sua posição destacada no rosto e sua exposição permanente faz com que certas deformidades do nariz sejam socialmente inaceitáveis. Pessoas com defeitos nasais carregam um sofrimento psíquico bem maior do que os sintomas físicos já suportados devido à condição que motivou o defeito.

Um nariz de aparência normal apresenta suas subunidades estéticas bem definidas. O nariz ideal apresenta um equilíbrio entre a ponta nasal, suas asas e o dorso, harmonizados em relação ao contexto da face.

Tecnicamente, o nariz é dividido nas partes que compõem sua totalidade, as chamadas subunidades estéticas nasais.

Por exemplo, um nariz com dorso mais forte e proeminente pode combinar com a face masculina, enquanto que um nariz de ponta mais arrebitada é mais apropriado para mulheres. As características étnicas de cada paciente (nariz caucasiano, negróide, asiático, andino, etc.) também devem ser avaliadas e consideradas em qualquer planejamento cirúrgico.

DEFEITOS NASAIS

Os defeitos nasais podem ser adquiridos ou congênitos. As informações apresentadas a seguir tratam principalmente dos defeitos adquiridos.

DEFEITOS NASAIS ADQUIRIDOS
Os defeitos nasais adquiridos podem ter diversas causas. A seguir apresentaremos as mais comuns:

TRAUMATISMO

Esta é a causa mais comum entre crianças, adolescentes e adultos jovens. Os acidentes de trânsito, a violência interpessoal (brigas com agressão física, armas de fogo, etc.) e as atividades esportivas são causas usuais de traumatismo do nariz. Na fase aguda (imediatamente após o traumatismo) a maioria das lesões nasais não recebe a atenção adequada. Isso ocorre geralmente porque existem outras lesões mais importantes a serem tratadas (ex: trauma crânio-encefálico) no atendimento de emergência. Sendo assim, a maioria das reconstruções nasais é feita tardiamente (para tratar as sequelas do traumatismo).

Traumatismos cortantes: Nos traumas pérfuro-cortantes (lacerações ou cortes por arma branca ou arma de fogo) costuma haver sangramento abundante, o que geralmente requer reparo cirúrgico de emergência. Em algumas situações, como nas mordeduras (animais domésticos ou mordeduras humanas), pode ocorrer avulsão (arrancamento) de alguma parte do nariz, havendo então indicação de reconstrução.

Traumatismos contusos: Nos traumas contusos (ex: quedas, socos, etc.), pode haver dano à estrutura nasal sem haver perda da cobertura (pele) nasal. Este dano muitas vezes não é diagnosticado precocemente devido ao edema (inchaço) das partes moles ou a tamponamentos realizados para conter eventuais sangramentos. Essa situação costuma acarretar deformidades que só aparecem algum tempo depois (após a regressão do edema) devido aos defeitos na estrutura nasal (fratura óssea e/ou cartilaginosa).

TRAUMATISMO

Saiba Mais >>

TUMORES

Esta é causa mais comum dos defeitos nasais adquiridos entre adultos com mais de 40 anos, principalmente nos idosos. Os tumores mais frequentes costumam surgir na pele nasal, podendo ser malignos ou benignos.

Tumores Malignos: Os tumores malignos da pele (câncer de pele) costumam surgir em pacientes de pele clara, especialmente nas áreas de maior exposição solar, como é o caso do nariz. O carcinoma basocelular (carcinoma de células basais) é o tipo mais comum, geralmente com crescimento lento. O carcinoma espinocelular (também chamado carcinoma de células escamosas ou epidermóide) é o segundo tipo mais frequente, e apresenta um comportamento mais agressivo. O melanoma é mais raro, porém apresenta maior malignidade. Existem ainda os tumores malignos da estrutura nasal (osso ou cartilagem), da cavidade nasal (mucosa) ou dos seios paranasais, cujos tratamentos cirúrgicos são realizados por otorrinolaringologista ou cirurgião de cabeça e pescoço. De um modo geral, todos os tumores malignos devem ser retirados com uma margem cirúrgica de segurança, com avaliação histopatológica (biópsia) do fragmento nasal retirado. Somente depois se procede a reconstrução.

Tumores Benignos: Os tumores benignos podem surgir na pele nasal, na mucosa ou ainda na estrutura (osso ou cartilagem) do nariz. Costumam apresentar crescimento lento e seu tratamento em geral requer cirurgias mais conservadoras. Geralmente os pacientes portadores de tumores benignos situados na pele nasal são os que buscam as cirurgias reconstrutoras. Estes tumores podem ter origem cutânea (ex: verruga comum, ceratose seborreica, adenoma sebáceo, etc), vascular (hemangiomas, angioma tuberoso, etc.) ou neural (neurofibromatose o exemplo mais frequente).

TUMORES

Saiba Mais >>

RINOFIMA

Trata-se de uma condição muito comum, especialmente em homens a partir da quinta década de vida. O nariz fica com um aspecto grosseiro, inchado e bulboso. Isso ocorre devido à hipertrofia das glândulas sebáceas da extremidade do nariz (há inflamação crônica e infiltração granulomatosa, com edema e dilatação vascular). Em casos mais graves, podem surgir massas lobuladas, de aparência repulsiva.

RINOFIMA

Saiba Mais >>

NARIZ "EM SELA"

O selamento nasal ocorre quando o dorso nasal apresenta aparência côncava, lembrando a sela de montar cavalos. Pode ser próprio da constituição do indivíduo, como é comum em certos tipos étnicos (asiático, negróide) ou por causas congênitas (nanismo, síndrome de Down, sífilis congênita, etc). Pode ocorrer devido à perda da sustentação do dorso nasal (septo ósseo/cartilaginoso) por causas adquiridas. Estas causas são variadas, tais como: traumatismos (ex: acidentes, lutas, etc), infecções (ex: hanseníase, leishmaniose, sífilis, etc.), vasculites (ex: granulomatose de Wegener), abuso de cocaína, entre outras.

NARIZ " EM SELA "

Saiba Mais >>

PROCEDIMENTOS INVASIVOS

Cirurgias – Dentre os procedimentos médicos, os defeitos mais comuns são devidos às cirurgias nasais realizadas. Ressecções de tumores malignos (câncer) seguidas de radioterapia podem afetar gravemente diferentes subunidades estéticas nasais. Mais raramente, rinoplastias ou septoplastias que apresentaram complicações (sangramento, hematoma, infecção, abscesso, etc.) também podem também comprometer partes do nariz, havendo indicação de reconstrução.

Preenchimentos injetáveis - Ácido hialurônico (Restylane®, Perlane®, Juvéderm®, Hylaform®, etc.), polimetilmetacrilato (Metacril, Artecoll®, etc.), poliacralamida (hidrogel) - entre outros produtos - são uma classe de substâncias utilizadas para o tratamento estético de rugas e sulcos faciais, sendo aplicadas por injeção com seringa e agulha. Durante sua aplicação (especialmente no sulco naso-geniano) pode haver trombose ou embolia vascular, afetando a circulação sanguínea nasal. Embora seja uma complicação pouco frequente, pode evoluir para necrose e perda de segmentos nasais, especialmente a asa nasal.

Agentes esclerosantes - Algumas crianças com hemangiomas no nariz ou adultos com malformações vasculares nasais são submetidos à injeções com agentes esclerosantes (Ethamolin, Polidocanol, Sotradecol, etc.) que podem ocasionalmente afetar partes do nariz, necessitando de reconstrução.

Sondas e Cateteres - Em pacientes com internação hospitalar prolongada, o uso contínuo de sondas ou cateteres introduzidas através do nariz (seja para oxigenação ou para auxiliar a alimentação) pode isquemiar e comprometer partes do nariz, especialmente a columela e as asas nasais.

PROCEDIMENTOS INVASIVOS

Saiba Mais >>

INFECÇÕES

Algumas infecções bacterianas agudas (sinusites, abscessos, celulites – infecção do tecido celular subcutâneo) podem evoluir dramaticamente, com destruição de partes do nariz. Inicialmente deve-se fazer a drenagem de coleções purulentas, com eventual debridamento (limpeza) cirúrgico e tratar a infecção com antibióticos. Vencida a infecção, a reconstrução deve ser realizada somente depois de algum tempo, após a diminuição do edema (inchaço) e delimitação das alterações cicatriciais.

Certas infeções crônicas (leishmaniose, hanseníase, sífilis, etc.) e algumas micoses profundas (mucormicose, paracoccidiomicose, esporotricose, etc.) podem comprometer gravemente o nariz. O tratamento adequado da infecção pode demorar meses, mas a cura da causa infecciosa subjacente é necessária antes de se proceder à reconstrução.

INFECÇÕES

Saiba Mais >>

DOENÇAS AUTO-IMUNES

Certas doenças auto-imunes podem acometer a região nasal. Por exemplo, no lúpus podem surgir erupções cutâneas na pele (cobertura) nasal. Na policondrite relapsante há inflamação crônica e destruição das cartilagens (estruturais) do nariz. A granulomatose de Wegener acomete os vasos sanguíneos, com sangramentos recorrentes da mucosa (forro) nasal, podendo afetar o septo.

DOENÇAS AUTO-IMUNES

Saiba Mais >>


A cocaína inalada pelo nariz causa uma isquemia (deficiência circulatória) na mucosa (forro interno) do nariz. O uso crônico acarreta ulcerações do septo nasal, evoluindo com destruição das cartilagens (estruturais) do nariz, podendo haver perfuração do septo nasal. Em casos graves, pode ocorrer perda da sustentação do dorso nasal (nariz "em sela") ou até mesmo necrose da columela, com retração e deformidade do nariz.

USO DE COCAÍNA

Saiba Mais >>

DEFEITOS NASAIS CONGÊNITOS

Os defeitos nasais congênitos (já presentes ao nascimento) mais comuns estão relacionados às fissuras lábio- palatais (lábio leporino) e a hemangiomas. Existem outros defeitos menos frequentes, associados a certas condições crânio-maxilo-faciais e outras síndromes mais raras..

As crianças nascidas com fissura lábio-palatal devem ser acompanhadas por uma equipe interdisciplinar (cirurgia plástica, odontologia, fonoaudiologia, etc.) ao longo de toda a infância, adolescência e até o início da vida adulta. Este acompanhamento deve ser preferencialmente em algum centro especializado de referência. Para maiores informações, acessar www.operacaosorriso.org.br

Hemangiomas são tumores de natureza vascular que costumam surgir na face de crianças recém-nascidas, podendo acometer o nariz. A maioria não tem indicação de tratamento cirúrgico, pois regride espontaneamente ao longo dos primeiros anos de vida. Em certos casos (sangramentos recorrentes, obstrução de vias aéreas, etc) pode haver indicação cirúrgica. Para maiores informações, acessar www.hemangioma.com.br

RECONSTRUÇÃO NASAL

A reconstrução nasal pode ser um procedimento simples e rápido ou pode requerer cirurgias mais complexas e demoradas. Podem existir alguns casos tecnicamente difíceis, muitas vezes envolvendo outras especialidades cirúrgicas tais como: Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Otorrinolaringologia, Neurocirurgia ou Oftalmologia, eventualmente com resultados limitados. É preciso haver a expertise necessária para atender adequadamente a estes pacientes.

Os defeitos nasais leves envolvem apenas uma (ou parte) das subunidades estéticas do nariz.
A correção é mais simples, geralmente envolvendo uma ou duas etapas cirúrgicas, feitas geralmente com anestesia local.

Os defeitos moderados do nariz envolvem mais de uma subunidade estética do nariz. Podem acometer apenas a cobertura nasal (pele) ou podem afetar estruturas mais profundas (cartilaginosas ou ósseas). A correção necessita geralmente três etapas cirúrgicas. A primeira etapa costuma ser feita sob anestesia geral, e as duas etapas seguintes (refinamentos) sob anestesia local.

Os defeitos graves do nariz envolvem perda parcial ou total da estrutura nasal. A correção envolve uma recomposição do forramento interno do nariz (mucosa), das estruturas de sustentação (cartilagem e/ou osso) e também da cobertura externa (pele). A finalidade da reconstrução deve ser a funcionalidade (respiração) em conjunto com a estética nasal. Tais defeitos tridimensionais complexos costumam requerer um número maior de intervenções de modo a se obter um bom resultado final.

ENXERTOS

O enxerto é um procedimento cirúrgico para transferir tecidos sem nutrição sanguínea. O tecido transferido deve obter a vascularização sanguínea a partir de novos vasos sanguíneos na área receptora. O tecido a ser transferido pode ser pele, cartilagem ou osso.

O tecido enxertado é retirado cirurgicamente de áreas doadoras do próprio paciente (enxerto autólogo). Para as reconstruções nasais, as áreas doadoras mais utilizadas são: o próprio septo nasal (cartilagem), a orelha (cartilagem), as costelas (cartilagem/osso) e a crista ilíaca (osso).

ENXERTOS

Saiba Mais >>

RETALHOS

O retalho é uma quando se faz uma cirurgia para transferir tecido de uma área doadora para uma área receptora mantendo-se intacta sua vascularização sanguínea. Os retalhos podem ser de pele, de músculo ou mucosa. Podem ainda conter também osso ou cartilagem. Existem diversos retalhos utilizados em cirurgia reconstrutora nasal. Cada qual possui vantagens e desvantagens. Muitas vezes, um mesmo defeito nasal pode ser reconstruído com mais de tipo de retalho. Nestes casos, a escolha da técnica a ser utilizada depende da experiência e familiaridade de cada cirurgião.

A grande maioria dos defeitos leves e moderados na pele (cobertura) nasal é resolvida com retalhos locais numa etapa cirúrgica única. Os retalhos locais da própria pele do nariz são os mais frequentes.Alguns defeitos moderados e a quase totalidade dos defeitos graves são resolvidos com retalhos regionais, levando tecido de outras áreas saudáveis para cobrir os defeitos nasais. A vascularização do retalho mantém-se conectada à área doadora através do pedículo. Após cerca de duas a três semanas, o pedículo pode ser removido numa segunda etapa cirúrgica, pois já se formou uma nova vascularização na área receptora nasal. Em reconstrução nasal, os retalhos regionais mais empregados utilizam a pele da testa (retalho paramediano frontal, para defeitos no dorso e ponta nasal) ou da bochecha (retalho naso-geniano, para defeitos da asa nasal ou columela) para recompor o nariz.

RETALHOS

Saiba Mais >>

IMPLANTES

Os implantes são dispositivos médicos fabricados para substituir ou atuar como uma estrutura biológica ausente no nariz. Podem ser aloplásticos (ex: silicone, PTFE, etc), metálicos (ex: titânio, aço, etc.), minerais (ex: hidroxiapatita) ou cerâmicos. A principal vantagem dos implantes sobre os enxertos é dispensar a cirurgia na área doadora. Apesar do desenvolvimento de novos materiais cada vez mais biocompatíveis, a utilização de implantes em reconstrução nasal apresenta maior potencial de complicações (infecção, deslocamento, extrusão tardia) quando comparada aos enxertos autólogos.

IMPLANTES

Saiba Mais >>

PRÓTESES

A anaplastologia substitui artificialmente o nariz ausente. As próteses devem ser feitas sob medida, sendo sempre removíveis para limpeza e higiene. Podem ser fixadas aos ossos da face através de pinos de titânio (implantes osteointegrados) ou podem estar acopladas aos óculos do paciente. As próteses nasais são uma opção definitiva para pacientes que não desejam submeter-se às cirurgias de reconstrução. Podem ainda ser um recurso temporário em pacientes que estão aguardando uma reconstrução cirúrgica. Devem ser oferecidas como alternativa de tratamento a pacientes muito idosos ou doentes, com risco cirúrgico elevado.

PRÓTESES

Saiba Mais >>

O TRATAMENTO

O tratamento de reconstrução nasal é sempre individualizado. Devem ser levadas em consideração as expectativas individuais de cada paciente,juntamente com suas condições clínicas de saúde, seu ambiente familiar, social e profissional. A duração do tratamento até o resultado definitivo pode variar, em média, de 3 a 18 meses. Defeitos leves podem ser resolvidos em uma etapa cirúrgica única, sob anestesia local. Defeitos maiores vão requerer duas ou três etapas, no mínimo. Nestes casos, a primeira cirurgia geralmente é feita sob anestesia geral e as seguintes (refinamentos) sob anestesia local. Nestas reconstruções mais complexas, o hospital onde se realiza a cirurgia deve ter a estrutura adequada de suporte, garantindo a segurança do paciente. Cada cirurgia é meticulosamente planejada, sendo executada de maneira delicada e cuidadosa, para se atingir os melhores resultados ao final do tratamento.

O TRATAMENTO

Saiba Mais >>


Dr. Michel Vaena

Médico - CRM 52.70726-0 – RQE 12524 www.cremerj.org.br

Professor Adjunto de Cirurgia Plástica na Universidade do Estado do Rio de Janeiro UERJ
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica – www2.cirurgiaplastica.org.br
Membro Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões – www.cbc.org.br
Certificado de Área de Atuação em Cirurgia Crânio-Maxilo-Facial – CFM (Conselho Federal de Medicina) /AMB (associação Médica Brasileira) – www.cfm.org.br e www.amb.org.br
Médico Certificado pela ECFMG (Educational Comission for Foreign Medical Graduates) dos EUA – www.ecfmg.org

Formação:

Graduação em Medicina pela Universidade do Estado do Rio de janeiro – UERJ
Residência Médica em Cirurgia Geral no Hospital Universitário Pedro Ernesto – HUPE / UERJ
Especialização em Cirurgia Plástica no Serviço do Prof. Ivo Pitanguy
Especialização em Cirurgia Crânio-Maxilo-Facial no Instituto Nacional de Traumato Ortopedia (INTO)

Contato

Rua Bambina, 56 - salas 208 e 209 - Botafogo - Rio de Janeiro - RJ

Whatsapp: (21) 99837-3898
Tels: (21) 3598-3898

Links

Mamaplastia - site com informações gerais sobre cirurgia plástica das mamas - www.mamaplastia.com.br